segunda-feira, setembro 28, 2009

A Maioria Relativa - Legislativas 09

Por (1) Paulo Duarte e (2) Inês Ramalhete

(1) Portas recompensado, Sócrates fragilizado e Ferreira Leite derrotada

O PS ganhou e tinha que ganhar. Está patente em todos os fóruns e espaços públicos das rádios que o povo acordou hoje com uma forte ressaca, como Louçã premeditara. O povo não acordou ressacado pelo facto de o PS ter ganho mas sim porque não havia outra alternativa possível. E é também por isto que a maioria absoluta não foi alcançada. A justificação é simples, o povo, revoltado com a hegemonia política, com as falsas políticas e, principalmente, com a falta de alternativa, decidiu votar noutro partido mas expectante, pois só o PS poderia sair vencedor.


O CDS sai como grande vencedor, conseguiu mais de 500 mil votos e conseguirá, com certeza, ter mais importância nas decisões políticas. Os restantes, o BE e o CDU, também conseguiram mais votos; é de notar que, se a abstenção não fosse tão prenunciada, estes partidos teriam ainda mais votos. Acredito que uma considerável percentagem das pessoas que se absterão do seu direito ao voto foi por revolta e desgosto pelas personalidades que constituem o actual sistema político.

Dos partidos minoritários surgiu uma surpresa, o MRPP, de Garcia Pereira, que conseguiu mais de 50 mil votos e, com isto, garantiu apoio financeiro do estado. Um passo importante para a principal aspiração do partido - garantir um deputado na Assembleia.

No final todos ficaram bem e de saúde, menos, claro está, o PSD, que saiu como maior derrotado - não conseguiu arrecadar o PS. As coisas vão mudar para Sócrates. O poder absoluto dissipou-se e agora terá que coligar-se, uma palavra dolorosa na habitual personalidade de Sócrates. O PS ganhou e tinha que ganhar mas não com a maioria absoluta.


(2) Voto de confiança

O PS venceu novamente, após uma governação de maioria absoluta, uma crise mundial e uma oposição feroz por parte da Esquerda e da Direita. Apesar de não ter vencido com maioria absoluta, o PS saiu vencedor, assim como Sócrates. Demonstrou que a população vê no Partido Socialista um futuro para Portugal, um rumo, uma ideologia, o que não aconteceu com o PSD que preferia criticar o Governo sem dar, no entanto, nenhuma solução ou ideia para o melhoramento da condição do país. Os portugueses querem coisas concretas, querem uma explicação concreta e não o diálogo vago e erudito dos sociais democratas.

Quem também saiu vencedor foi Paulo Portas com 591.938 votos dos portugueses. As suas ideias sobre a segurança e educação agradaram aos portugueses, pois também estas foram concretas e concisas. Portas mostrou que pode existir autoridade nas escolas e nas ruas sem que para isso entremos num regime opressivo e os portugueses deram-lhe o mérito. Não sou de Direita, mas sou a favor das coligações entre partidos, dando ênfase à área em que cada um incide com mais avidez. O PP mostrou esta preocupação forte ao nível da Educação e Segurança e com isso conseguiu 21 deputados!

O Bloco de Esquerda, conjuntamente com o PSD, saiu derrotado também. Ao longo de toda a campanha e de toda a governação mostrou uma posição extremamente ofensiva que levava a crer que preferia um partido de Direita no poder ao PS. Francisco Louçã tem uma cisma com o Partido Socialista e vai continuar a ter por mais 4 anos. De certo modo, esta cisma levou-o para quarta força política, ficando atrás do Partido Popular e mostrando uma atitude extremamente arrogante – leva-me a crer que preferia que a Dra. Manuela Ferreira Leite estivesse agora no poder... Uma atitude triste quando os problemas do país precisam de uma Esquerda forte e unida.

Agora vamos esperar para ver o que acontece nos próximos 4 anos, com a crise a amainar e com uma política de continuidade.

[1] In http://www.legislativas2009.mj.pt/

segunda-feira, setembro 21, 2009

Parabéns pressB

Por Paulo Duarte

O pressB faz 1 ano neste mês de Setembro. Durante este ano abordei vários temas sobre Indústrias Culturais e sobre política. A meio do ano convidei a Inês Ramalhete para falar sobretudo das suas experiências pessoais.

O tema mais abordado foi os videojogos. Emergência, mediatismo e hegemonia foram algumas das palavras mais utilizadas, que, por si só, também definem a ideologia, isto é, o sangue dos artigos que constituem o blogue.

Foi o ano em que me licenciei em Audiovisual e Multimédia, consegui trabalho no ramo dos videojogos, na Biodroid Entretainment, e entrei no Mestrado de Engenharia Informática, vertente Multimédia, no ISCTE.

Como o blogue reflecte principalmente as minhas dúvidas diárias, sei que os futuros artigos vão continuar a estar relacionados com os conteúdos interactivos e igualmente relacionados com a política, um tema no qual me tenho debruçado mais. Os meus desejos são simples: receber mais comentários e fazer do pressB não só um espaço de abordagem como um espaço de debate.

Agradeço a todos os que acompanham o pressB.

terça-feira, setembro 15, 2009

O verdadeiro Serviço Público

Ao serviço da Política
Por Paulo Duarte

Ontem a RTP deu oportunidade aos partidos minoritários de se expressarem e darem a conhecer as suas propostas políticas num debate, revelando, com isto, uma séria responsabilidade social e dando uso correcto ao seu título de serviço público.

No seu conteúdo, os representantes destes partidos falaram principalmente da segurança nacional, da justiça e sobretudo do nacionalismo e valores familiares. Supreendeu-me o facto de todos eles terem apresentado propostas concretas perante as problemáticas actuais que comentavam. A questão da emigração foi a que causou mais extremismo, nomeadamente por parte do PNR, sendo para este partido (e no geral para a extrema direita) a causa maior do mau estar e da insegurança nacional.

Em relação à Segurança Social, concretamente os subsídios, foi também um lugar comum muito debatido. Fiquei de acordo com a reformulação do subsídio de desemprego, de ser unicamente concedido em casos muito específicos e periodicamente. Muitas vezes o trabalho oferecido não é aceite por estes que vivem com subsídio mínimo.

Este debate público, dos partidos marginais, gera novos pensamentos sobre a problemática da hegemonia política e desenvolve mais sentido social nos portugueses. Talvez seja uma forma de renovação da classe política, que é uma emergente necessidade no ambiente social português.