sexta-feira, maio 15, 2009

PARANOID PARK (SANT)


Sabemos que por detrás de um filme há sempre um orçamento e um público a atingir. Gus Van Sant sabe-o e, nos seus habituais filmes, repara-se que há uma fuga constante do puro entretenimento. A sua imagética alerta-nos para filmes que não bebem a questão meramente comercial, com a qual a maioria dos produtos cinematográficos se relaciona.

Repara-se também que os valores que Paranoid Park tenta defender são direcionados para um público mais crítico, mais conhecedor e atento. Por sua vez, os críticos de cinema tentaram avaliar este filme com outros olhos, e criticaram-no muito positivamente. Creio, porém, que quantos mais planos alongados e monótonos, tanto mais avaliação positiva se dão aos filmes. Talvez legitime a sabedoria do crítico…

Os planos frontais a seguir o caminhar do protagonista é uma constante e prolongam-se até à exaustão. Julgo que neste filme as partes que G. V. Sant decidiu cortar foram as mais importantes, dando relevo às partes que um habitual realizador cortaria, como o caminhar de 2 minutos de uma sala à outra. Com pouco interesse, realmente. A narrativa é pouco complexa, muito linear e parece-me que existe para suportar a estética, unicamente. Posso tentar entender a existência deste produto cinematográfico tendo em vista a questão da reflexão dos espaços vazios urbanos. Talvez funcionasse melhor se o caminho fosse esse.

Sem comentários: