terça-feira, junho 09, 2009

ELEIÇÕES À DIREITA NA EUROPA


Sinto uma certa preocupação com os últimos resultados das europeias. A direita dominou um pouco por toda a Europa. Em certos casos nos seus extremos, como a Holanda e a Áustria, com partidos como o PVV de Geert Wilders, nacionalista e islamofóbico, que conseguiu 17% e 4 deputados, e o partido nazi de Jubbuk, que conseguiu eleger 3 deputados, respectivamente. Outros casos se revelaram inquietantes, serão eleitos 2 deputados na extrema-direita romena, enquanto os ultranacionalistas e anticiganos eslovacos deverão eleger 1 deputado.

Isto revela que os europeus estão preocupados principalmente com as questões da emigração e, por conseguinte, da segurança privada e também profissional. Não é recente mas põe em causa os cânones da globalização, tão impostos pela União Europeia.

Em Portugal a direita ganhou, porém, a esquerda junta, vai eleger mais deputados. Os dados não são enganadores, o Bloco de Esquerda foi o partido que saiu vencedor porque conseguiu mais do que esperava, eleger 3 deputados e estar à frente da CDU e CDS-PP. Os extremos ficaram-se com a eleição de 2 deputados cada.

Como é hábito, a abstenção predominou. Foi acima dos 50%. São outros dados que se podem explicar por duas vertentes: ou porque revelam um mau estar na opinião dos eleitores perante a governação nos seus respectivos países, ou então por revelarem uma fraca e infundamentada opinião sobre assuntos governamentais; esta última vertente é na minha opinião a mais certa, aliás explicada pelas opiniões populistas sobre as questões da emigração, reflectidas sobretudo nos resultados positivos dos partidos da extrema-direita um pouco por toda a Europa.

1 comentário:

Inês Ramalhete disse...

Concordo plenamente com esta questão enunciada. É preocupante observar uma Europa irritada, triste, evelhecida e cansada. O facto da Direita ter dominado as opiniões de toda a Europa demonstra que esta questão da emigração é preocupante. Quando de pensou numa Europa unida, era unida entre si, não com países externos, não com uma desordem aparente.
Não tenho uma posição extremista na questão da emigração, pois os portugueses são também hostilizados em França, nos Estados Unidos e no Canadá. Também fomos retirar empregos, também entramos ilegais, também tentamos sobreviver longe do nosso país, por melhores condições de vida. A questão é que as políticas de emigração deviam ser mais concisas e exigentes, de modo a possibilitar uma emigração saudável e não viral.
Sou socialista e quero uma Europa Socialista. Uma Europa que melhore a vida dos europeus, que promova a igualdade - não que sejamos todos pobrezinhos e iguais, mas sim que tenhamos todos um nível de qualidade razoável para viver.
Relativamente a Portugal, o candidato socialista foi uma má opção devido à sua falta de carisma e espírito de liderança, sendo por isso necessário a intervenção de Socrates. Não votei em Vital Moreira, votei sim no Socialismo e numa Europa Socialista. A questão da abstenção não me espanta, infelizmente. A população critica veemente o Governo com ideias infudadas e muitas vezes, essa mesma população queixosa nem sequer vota! Todos temos Direitos e Deveres – votar é um Dever, manifestar é um Direito. Custa-me crer que, num país que esteve assolado por um Regime durante 50 anos, e que uma grande parte da população lutou pelo Direito ao voto e à Opinião, haja tanto desinteresse por esses bens preciosos que os nossos pais e avós conseguiram alcançar.