Este era o código que dava acesso a todos os níveis do Sonic para a Mega Drive (genesis nos EUA). Ainda hoje me recordo e sou capaz de fazer o gesto automaticamente.
Nesta altura os códigos, para além de serem uma forma de gravação do jogo, eram um culto. Saber o código e pô-lo em prática era uma arte. As bíblias de truques e dicas foram os livros mais valiosos de qualquer viciado. E os poucos que tinham acesso à internet, faziam inveja mostrando imagens e revelando informações recentes.
Era a altura do Dragon Ball, das aventuras da Lara Croft e da internet a 50Kbs por segundo.

"We make Games That we want to play" Valve
Os videojogos eram desenvolvidos com paixão e a pensar principalmente na diversão. Actualmente a indústria cresceu e os jogadores também. Contudo a paixão dos criadores desvaneceu-se na necessidade de lucrar. A maioria dos jogos são descartáveis, não criam nenhum apego no utilizador. Os custos envolvidos no desenvolvimento de um videojogo são de tal forma abismais que será muito difícil para uma pequena empresa conquistar um lugar. Talvez surjam novos conceitos nos novos meios, como a web (webgames), que revolucionem e tragam de novo a old passion.
Todavia, este é o pensamento que teimo em ter. Porque a verdade é que a magia é sempre maior quanto mais jovens somos. Todos os jogadores da minha geração cresceram a jogar videojogos. É-nos tão habitual que somos nós os melhores críticos dos mesmos. Crescemos, tornamo-nos maduros, e os criadores, a pensar nisto, também mudaram os videojogos.
Os videojogos sempre fizeram parte do meu dia-a-dia. Recordo os jogos antigos com prazer e com um certo saudosismo. Hoje troco os códigos pelo vício dos jogos online. Agora o que conta é ser o melhor entre os melhores, porém, para isto, é necessário videojogos que divirtam
e sejam feitos por quem, no final, também os queira jogar.
2 comentários:
concordo a industria dos videojogos já não se interessa tanto pelos jogadores, o que interessa é lucrar..
Não concordo tanto com a perspectiva em relação aos jogos online, ou melhor, concordo mas penso que com jogos online o puro gosto de jogar é substituído pela pressão e quase obrigação, responsabilidade ou dever de manter um nome, um avatar que imponha respeito no universo dos jogadores. Penso que isso, enquanto pode ser positivo para quem já tem muitas horas de jogo em cima, acaba se tornando negativo para quem ainda busca o gozo de jogar e da partilha da experiencia online. Penso que há que se buscar um certo equilíbrio nesse âmbito, acho que os jogos actuais tem demasiado potencial para que se deixem reduzir a uma experiencia tão casual como das antigas arcades. Devemos talvez lembrar dos jogos na altura da Megadrive como diz o Paulo, de como se dava valor à história e à experiência de jogo numa altura em que não se estava maravilhado com as possibilidades da internet. O online é positivo mas é apenas uma parte de tudo que um jogo pode ser, não podemos nos esquecer disso.
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