sexta-feira, outubro 31, 2008

MONTAGEM - HIPERESTIMULAÇÃO DA ARTE

No início do cinema pensava-se em grande escala. Se o actor era pago então era para aparecer desde os pés à cabeça. D.W. Griffith, conceituado realizador americano, começou a utilizar uma nova escala, os grandes planos. O cinema muda e surgem em maior número os planos subjectivos; a edição torna-se mais experimental, com base na associação de planos, logo da narrativa.

Hoje filma-se em escalas mais próximas, atómicas quase. As cenas, os planos, rolam a uma maior velocidade. A nova geração de espectadores só se cansará quando os planos de um filme atingirem a velocidade da luz.

Eisenstein, um dos mais importantes cineastas da antiga União Soviética, já nos anos 20, iniciou a chamada montagem intelectual. Juntava e sobrepunha imagens à velocidade adequada para criar emoções, revoluções e atitudes. Para um público inquieto. Na época de Revolução Russa.

A recepção actual de qualquer média é hiperestimulada, a par, na minha opinião, das características de hipertexto da internet. Quanto mais velocidade tanto mais informação pode ser vista.

Para terminar, é importante não esquecer que receber e interpretar as mensagens com esta rapidez é já culturalmente intrínseco ao actual público.

Bibliografia:
Benjamin, Walter, A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica, 1936
http://www.pbs.org/wnet/americanmasters/database/griffith_d.html
The Cutting Edge - The magic of film editting, http://www.imdb.com/title/tt0428441/

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